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Author: Joana von Bonhorst

Amor em letras (i)números

Margarida Carrilho
04/04/2022
Mas nos dias em que penso muito o que mais penso é no peso desta dança descompassada Mas que é bela, tão bonita É mar profundo e escuro

Um dia normal

Marta Cruz Lemos
03/04/2022
Barriga cheia, senta entre nós, brinca com a caixinha de tralhas que já tenho a postos na mesa de cabeceira, canta, pede abraços, dá beijinhos. Aguenta uns 20 minutos até termos de nos levantar à pressa, que o senhor quer explorar e não quer ir sozinho.

um dia bom

Maria Veloso
01/04/2022
Acaba março, não sinto aquela excitação do costume, nem com a mudança da hora. Não houve inverno, houve pandemia. Não há dias normais.

contraturas

Anónimo
31/03/2022
Quando transborda “vou só ali à casa de banho 5min”, mas uso-a como portal canalizador das lágrimas que tranco em mim. De que me valeria partilhar a minha vida, os meus pesos, se o chicote em forma de línguas entorpecidas pela antipatia normalizada me iria multiplicar este sentir? Um colo.

amar sem interesses

Anónimo
29/03/2022
A minha mãe sempre disse “quando fores mãe vais compreender porque somos assim”. E não é que não compreendi. Aliás desde que fui mãe ainda os compreendi menos. A minha filha é o meu tudo. Como é que é suposto magoarmos quem tanto amamos?

Neutralmente apreensivo

O pai
26/03/2022
Estava ali um ser humano que não conhecia, um bebé como muitos outros. Penso muitas vezes nesse dia e da sensação de culpa que tive, por não corresponder às expectativas. Porque razão não chorei ou não estava a transbordar de felicidade? Será normal não sentir um grande apego?

VBAC

Petra Vaz
25/03/2022
Nasci naquele dia e quando chegámos a casa chorava de alegria pela minha filha e de dor por mim, pelo corpo cortado, pela memória de espectadora da sua entrada na vida. “Queria mais de ti, de mim, para ti, para nós”.

Querido filho

Anónimo
24/03/2022
As noites são tramadas. Mas têm um fim. Porque depois, o sol nasce e tu acordas com o teu maior sorriso, dás-me o teu maior abraço e ficamos os dois na caminha enquanto o pai já se levantou e foi trabalhar cheio de sono (e eu cheia de culpa por não conseguir que durmas para o pai deixar de ter as olheiras que tem!).

Não existo

Anónimo
22/03/2022
O minuto em que tenho o privilégio de existir. Não lavo os dentes, não ponho o aparelho de contenção. Muitas vezes não tiro as lentes de contacto. Já nem tenho um par de lentes extra, ai se perco estas. Sou muito míope e nunca mandei fazer os óculos. Adormeço-a.

Da ambiguidade

M.
22/03/2022

Tudo isto

Marta Jesus
21/03/2022
Eu quero utilizar a política que vive em mim para mudar o mundo para a minha filha. Eu não sei em que é que ela se vai tornar. Ponto final. É assustador, mas é verdade. Eu não sei e só posso desejar que o feminismo e a militância que me corre nas veias corra ainda com mais força nas veias dela.

O parto

Anónimo
20/03/2022
Tive uma gravidez normal até às 28 semanas, no entanto sempre assombrada pelo peso a mais que tinha, e o medo de que isso pudesse fazer a minha bebé pouco saudável.
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